Publicação: 8 de fevereiro de 2010Categorias: Notícias

 

Fotos: Michel Oliveira

Camarote da Acessibilidade é destaque no Projeto Verão

Por Elaine Mesoli
Estagiária em Jornalismo/UFS

Se andar na areia para quem não possui nenhuma deficiência física pode se tornar cansativo, imagine só para um cadeirante ou para quem usa muletas. Praticamente impossível… Por isso, foi bastante louvável a iniciativa da Prefeitura de Aracaju de instalar, no espaço do Projeto Verão, o ´Camarote da Acessibilidade´.

A estrutura foi instalada a cerca de 50 metros do palco principal, tendo espaço de sobra para 15 cadeirantes com acompanhantes. Do lado de fora do Camarote, uma rampa deu acesso a dois banheiros químicos adaptados, sinal que o conforto também foi pensado por quem planejou o espaço.

 No sábado, dia com maior movimentação, quem foi ao Projeto Verão encontrou pessoas de diversas cidades de Sergipe. O autônomo Ronaldo Sousa, de Poço Verde, estava pela primeira vez no local. "Adorei a oportunidade de ver os Paralamas do Sucesso de novo. Eu vou aos shows deles desde a época do Augustu´s (antiga casa de shows de Aracaju). Estava lamentando não poder vir este ano, porque é complicado se locomover na areia", comentou.

Aprovando a atitude da administração municipal de incluir na festa pessoas que geralmente ficam de fora de eventos como o Projeto Verão, o vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência de Sergipe (CEDPPD-SE), Niceu Dantas Posener, juntamente com sua família, também esteve no Camarote. Sua esposa, Ísis Cristiana Posener, é a atual diretora administrativa da Associação dos Deficientes Visuais de Sergipe (Adevise) e estava bastante contente junto ao seu enteado, Daniel Posener. "Nós ficamos muito felizes. É a primeira vez que trazemos Daniel a uma festa como essa. Ele está muito feliz e não perde nada que acontece", revelou. Cada um dos membros da Família Posener possui um tipo de deficiência, Niceu e Ísis têm baixa visão e Daniel paralisia cerebral.

 Todos os dias cadeirantes eram vistos no Camarote. Pessoas sem deficiência também foram ao local, mas os responsáveis informaram que, caso tivesse cadeirantes e deficientes em maior número, eles pediriam para que o espaço fosse desocupado, dando acesso a quem de direito.

Espaços como o ´Camarote da Acessibilidade´ deveriam ser obrigatórios em todos os eventos do Brasil, para a construção de uma sociedade justa e igualitária sem discriminação, ou seja, uma sociedade de fato constituída. Afinal, o lazer está previsto na Constituição Federal como um dos direitos sociais do cidadão e o Art. 217, parágrafo 3º, diz: "O poder público incentivará o lazer, como forma de promoção social".