Publicação: 24 de janeiro de 2016Categorias: Notícias

Orgulho_TransEntre os dias 25 e 29 de janeiro acontece a II Semana de Visibilidade Trans (SVT) em Aracaju. Com o tema “Despatologização das Identidades T”, o evento pretende debater a permanência da transexualidade em códigos de doenças e promover discussões que ampliem a inclusão e o reconhecimento de pessoas trans na sociedade.

A segunda edição da SVT ocorre em comemoração ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, 29 de janeiro, data que simboliza o início dos questionamentos à invisibilidade histórica que as pessoas transexuais enfrentam no Brasil em relação aos direitos humanos e à proteção da dignidade nas esferas da sociedade civil e do Estado.

Segundo Sofia Favero, ativista travesti e uma das organizadoras do evento, essa semana surge para questionar o enquadramento da transexualidade e travestilidade como patologias mentais pelo DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e pela CID (Classificação Internacional de Doenças). “Essas identidades de gênero continuam presentes em dois manuais de transtornos mentais e essa demarcação tem sido cada vez mais contestada para que se alcancem direitos sociais básicos como o próprio nome”, explica.

Realizada pelas ONGs Amosertrans e Unidas em parceria com o Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Sergipe (DPS/UFS), o evento tem programação diversificada e é destinado a estudantes e profissionais das diversas áreas do conhecimento, bem como representantes e membros de movimentos sociais e sociedade civil.

Os espaços de debate, em sua maioria realizados na UFS, serão abertos e também contarão com inscrições online para os participantes que desejarem receber certificado de carga horária.

Demandas

As identidades trans também são patologizadas por falta de atendimento adequado por parte dos profissionais de saúde que não possui formação para promoção dos cuidados em saúde da população trans. Um dos maiores problemas das travestis e transexuais é a automedicação da terapia hormonal, ocasionada pela ausência de prescrição médica. Além disso, Sergipe necessita de um ambulatório transexualizador, já presente em outros estados brasileiros.

No cenário legislativo brasileiro uma das demandas para reconhecimento da visibilidade e experiência trans é a aprovação da Lei de Identidade de Gênero, que ainda tramita na Câmara de Deputados e é importante para que a identidade de gênero seja reconhecida e desenvolvida livremente no país. Outras questões como evasão escolar, mercado de trabalho, expectativa de vida, papel da mídia, diversidade e cidadania também carecem de discussões e, por isso, serão levantadas nos espaços de debate.

Programação

Segunda – 25/01
10h – Comissão Inaugural – Visitas
Local: postos de saúde e escolas

Terça – 26/01

10h – Audiência na Câmara dos Vereadores e na Assembleia Lesgislativa
19h – Abertura Oficial –  SarauTrans
Local: Viaduto do D.I.A

Quarta – 27/01
08h-12h – Mesa – Por que visibilidade trans?
14h-18h – Oficina – O papel do profissional de saúde no atendimento às pessoas trans
19h-22h – Mesa – O corpo em questão: limites do saber médico
Local: UFS

Quinta – 28/01
8h-12h – Oficina – Educação e integração: acolhendo a diversidade
Local: UFS
14h-17:30h – Mesa – Mídia e visibilidade: publicidade ao nosso favor
Local: UFS
19h-22h – Mesa – Cidadania à conta-gotas: decisões, normas, políticas públicas e seus impactos.
Local: OAB

Sexta – 29/01
8h-12h – Roda de conversa – Queremos viver mais de 35 anos!
Local: UFS
15h – Intervenção – Manifesto contra a transfobia
Local: Praça Tobias Barreto
19h – Festa de encerramento
Local: Teatro Atheneu

Fonte: Ascom do evento