Publicação: 2 de dezembro de 2008Categorias: Entrevistas

Projeto Papai Noel dos Correios: adote uma carta e faça uma criança feliz

 Imagem: botecodabola.wordpress.com

Desenho, poesia, pinturas, fotografias. Crianças de todo o Estado de Sergipe usam e abusam da criatividade na tentativa de convencer Papai Noel a atender seus pedidos. E os objetos de material escolar, brinquedos e cestas básicas predominam nas mais de nove mil cartas recebidas pelos Correios em Sergipe até a data da publicação desta entrevista.

Para que essas crianças tenham um Natal bem mais alegre, o velho gordinho e barbudo ganha um reforço especial: o Projeto Papai Noel dos Correios, onde centenas de sergipanos adotam uma cartinha e dão presente e esperança aos meninos e meninas da capital e do interior. Implementado em Sergipe há quase 30 anos, em 2007 o Projeto recebeu 2.901 cartas, das quais 1.700 foram atendidas.

José Ginaldo dos Santos, assessor de comunicação dos Correios e responsável pelo Projeto em 2008, contou ao Portal Inclusão como funciona o processo de adoção de uma carta e como cada sergipano pode se somar à causa.

Por Elaine Mesoli
(Estudante de Jornalismo pela UFS)

Inclusão Social – Como as pessoas devem proceder para adotar uma carta?

José Ginaldo – Qualquer pessoa pode adotar uma carta, desde que tenha real interesse em atender ao pedido da criança. As pessoas interessadas em contribuir devem comparecer à agência central dos Correios, localizada na rua Laranjeiras, nº 229, Centro de Aracaju, e procurar o setor de atendimento do Projeto Papai Noel dos Correios. A pessoa encontrará diversas cartas, podendo escolher aquela que desejar. Escolhida a carta, o voluntário compra determinado presente e entrega na mesma agência. O presente será entregue à criança pelo Papai Noel dos Correios na semana anterior ao Natal. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (79) 2107-6118/6104.

 Inclusão Social – Como o Projeto se organizou em Sergipe?

JG – Não sabemos ao certo há quantos anos existe, pois é antigo. Cerca de 30 anos. Surgiu da imaginação de crianças que resolviam escrever ao Papai Noel pedindo-lhe um presente por ocasião do Natal. Os funcionários dos Correios não tinham como entregar as cartas por estarem endereçadas a Papai Noel e sem endereço ou ainda remetidas ao Pólo Norte, ao céu. Os mesmos funcionários abriam essas cartinhas e começaram a atender aos pedidos. Um dia, há cerca de 15 anos, os Correios institucionalizaram a atividade com o nome Projeto Papai Noel dos Correios.

Inclusão Social – Quantas cartas o Projeto recebe por ano?

JG – Não temos ao certo o número de cartas recebidas nos anos anteriores. Sabemos que em 2007 foram 2.901 cartas. A cada ano o número de cartas cresce consideravelmente. Este ano, até o presente momento, já recebemos nove mil correspondências. Aproximadamente 70% das solicitações são atendidas. Algumas são eliminadas porque fogem aos critérios do projeto.

Inclusão Social – Acontece da família da criança enviar mais de uma carta?

JG – É comum isso ocorrer, mas o sistema só aceita a inclusão de uma carta. As demais são desconsideradas, até para evitar que uma mesma criança receba mais de um presente e outras não recebam nenhum. A idade limite do menor para que a carta seja cadastrada é de 12 anos, até porque acima disso, talvez os sonhos já não sejam mais de criança.

 

 José Ginaldo, na abertura oficial do Projeto Papai
Noel dos Correios, realizada dia 1º de dezembro

Inclusão Social – Quais os critérios para as cartas serem selecionadas?

JG – Além da idade, analisamos a natureza do pedido [tipo de presente solicitado e motivo]; situação sócio-econômica da família [local onde mora, composição e renda familiar, quando possível]; e situação de vida relatada [portadores de necessidades especiais, invalidez etc].

Inclusão Social – Empresas e Organizações Civis podem adotar cartas?

JG – Qualquer pessoa, seja física ou jurídica, pode adotar cartas. A única exigência do Projeto é que o façam de forma despretensiosa, ou seja, sem vinculação de imagem institucional ao Projeto, como fazem os cidadãos e cidadãs comuns.

Inclusão Social – Como a criança sabe que teve a carta selecionada e o pedido será atendido?

JG – Normalmente a criança não sabe. Não há nenhuma ação dos Correios no sentido de informá-la quanto a isso. Apenas entregamos os presentes aos que foram contemplados. Para todas as que serão contempladas o Papai Noel dos Correios escreve uma cartinha, estimulando-as a continuarem escrevendo, a serem crianças boas, educadas, estudiosas e obedientes.

Inclusão Social – Até quando os Correios vão receber as cartas com pedidos de presentes?

JG – Nossa idéia é trabalhar com as cartas recebidas até 12 de dezembro. A partir deste período, a equipe deve trabalhar na embalagem, etiquetamento e ordenamento das correspondências para a entrega.

Inclusão Social – Qual o real objetivo do Projeto Papai Noel dos Correios?

JG – Resgatar o espírito natalino e fomentar sentimentos inerentes ao período, como solidariedade, compaixão e respeito ao próximo. Para tal, atendemos aos pedidos de crianças que escrevem cartas destinadas ao Papai Noel.

Com informações do Portal Infonet