Publicação: 15 de junho de 2017Categorias: Notícias

Hoje, dia 15 de junho, é marcado como o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. A data foi instituída em 2006, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa, como forma de aprofundar as discussões sobre o tema e sensibilizar a população para enfrentar este tipo de violação de direitos, que ainda é frequentemente naturalizada. A violência contra a população idosa é um fenômeno social que se manifesta em múltiplas facetas: violência física, psicológica, negligência, tortura, violência sexual, violência institucional e a violência patrimonial – quando há abuso financeiro e econômico do idoso/a. Em 2016 foram registrados 32.632 casos de violência contra a população idosa no Disque 100, canal da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos responsável pelo recebimento de denúncias de violações de direitos.

Em Sergipe, foram 265 casos denunciados no mesmo período. Em todo o país, a negligência é o tipo de violação mais registrada, com mais de 25 mil casos, seguida de violência psicológica (17.186 casos), abuso financeiro e econômico (13.389) e violência física (9.142). A maior parte das violações acontece dentro da casa das vítimas, cometida por filhos, netos ou outros familiares e amigos. Em apenas 1,01% dos casos de denúncias registradas no disque 100, o agressor é um desconhecido, de acordo com os dados do Disque 100, referente ao ano de 2016. Enfrentamento à violência 2 Por este motivo, a violência contra o/a idoso/a é difícil de ser identificada e, sobretudo denunciada, especialmente por aqueles idosos mais dependentes de cuidados e com baixa mobilidade.

Assim, os dados registrados não refletem a totalidade de casos de violência e abusos sofridos por esta parcela da população. Numa sociedade marcada pelo individualismo, pelos valores efêmeros e descartáveis e pelo culto à juventude, não raro os idosos são desvalorizados, isolados e excluídos de atividades importantes para sua saúde física e psicológica e para o convívio em sociedade. Por isso, o Conselho Regional de Serviço Social 18ª Região – Sergipe (CRESS/SE) defende o fomento, por meio de políticas públicas educativas e culturais, de uma cultura não apenas de convivência intergeracional, mas de respeito e valorização dos saberes e experiências das diferentes gerações.

“Nós, assistentes sociais, que atuamos na materialização das políticas públicas e no cotidiano profissional com os usuários destas políticas, estamos numa posição privilegiada em nosso fazer profissional no sentido de contribuir pedagogicamente para a desnaturalização da violência e para que a concepção de respeito à diversidade e de promoção da intergeracionalidade se aprofundem nas relações sociais dos nossos usuários. Portanto, no Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, o CRESS Sergipe reafirma seu compromisso com a defesa de políticas públicas de enfrentamento ao problema, bem como com o fortalecimento de uma cultura de enfrentamento a todas as formas de opressão e violações de direitos da pessoa idosa”, pontua a nota pública.