Publicação: 6 de novembro de 2015Categorias: Notícias


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Jogar luz para investigar as histórias de clandestinidade, prisão e resistência, mobilização e solidariedade, greves de fome e luta por liberdade de um casal de sergipanos, de um coletivo de presos políticos na ilha de Itamaracá, em Pernambuco, de mulheres nordestinas, de jovens brasileiros durante a ditadura na década de 70.

Esses são os temas revelados pelo livro Dossiê Itamaracá, da jornalista e historiadora sergipana Joana Côrtes, que será lançado em Aracaju na próxima quinta-feira, 12, a partir das 18h, no Museu da Gente Sergipana. Fruto da dissertação de mestrado em História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a pesquisa ganhou a 2ª edição do Prêmio Memórias Reveladas do Arquivo Nacional.

A partir da pesquisa em acervos, sobretudo nos arquivos pessoais de ex-presos políticos e do DOPS de Pernambuco,  a autora percorreu meticulosamente fotografias, diários de greves de fome, correspondências, jornais da época, atrás de indícios, anotações, carimbos e  silêncios – igualmente provocadores de sentido – para compreender como um coletivo de presos políticos da Penitenciária Barreto Campelo, na ilha de Itamaracá, em Pernambuco, resistiu e atuou, entre 1973 e 1979, para integrar e fortalecer os movimentos pela anistia no período de luta pela abertura política e fim dos 21 anos de ditadura civil-militar (1964-1985) no país.  ‘

12Dossiê é, sobretudo, um livro sobre incômodos, silêncios e “refazimentos” afetivos e históricos. É reencontro com a memória pessoal da própria autora, que sempre soube muito pouco sobre os anos em que seus pais, os sergipanos Bosco Rolemberg e Ana Côrtes, viveram clandestinos como militantes da Ação Popular e como presos políticos em Pernambuco, na década de 1970.

No ano em que o Brasil completa trinta anos que saiu de uma ditadura civil-militar de 21 anos (1964-1985), e há menos de um ano que divulgou o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, com as apurações das violações de direitos humanos ocorridas no período dos anos de chumbo, Dossiê Itamaracá faz parte dessa safra de pesquisas  semeadas e colhidas nos últimos cinco anos, na discussão e busca por Memória, Verdade e Justiça.

Sobre a autora

Joana Côrtes (1980) é jornalista e historiadora. Nasceu e cresceu em Aracaju (SE) e é filha dos ex-presos políticos Ana Côrtes e Bosco Rolemberg.  Foi curadora da exposição coletiva Anistiados: couro esquecido, em 2009, realizada na Galeria Álvaro Santos, e da exibição do documentário A Mesa Vermelha, no Museu da Gente Sergipana, em abril de 2014.
Graduou-se em jornalismo pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e passou pelas redações do Cinform, Jornal da Cidade, Agência Sergipe de Notícias e TV Aperipê. É especialista em arte-educação pela Universidade de São Paulo (USP) e mestra em História Social pela Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP), com a dissertação que rendeu o prêmio da segunda edição do Memórias Reveladas. Desde 2013, é jornalista da TV Brasil, na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em São Paulo, onde vive desde 2009.

78Prêmio Memórias Reveladas

O Prêmio é concedido a cada dois anos a trabalhos monográficos feitos com base nas fontes documentais referentes ao regime civil-militar no Brasil. Iniciativa do Arquivo Nacional no âmbito do Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil – Memórias Reveladas, instituído pela Casa Civil da Presidência da República, em 2009, como resultado de diversas ações de governo voltadas para o fortalecimento de políticas públicas de valorização do patrimônio histórico documental e de aperfeiçoamento da cidadania e da democracia em nosso país.

 

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